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sábado, 20 de setembro de 2008

A CORRIDA AO TRONO NO MUNDO DOS 'RAPPERS'


DAVIDE PINHEIRO
Os 'rappers' apareceram juntos para entregar um prémio MTV

Tudo começou quando 50 Cent disse publicamente que se não vendesse mais que Kanye West deixaria de gravar discos com o nome próprio, remetendo-se apenas à condição de produtor. Em causa, estava o lançamento no dia de 11 de Setembro (a data mais importante da história recente dos Estados Unidos da América e, provavelmente, do mundo) dos álbuns Curtis, de 50 Cent, e Graduation, de Kanye West. Dois gigantes do hip hop americano, vindos de duas correntes totalmente distintas, corriam ao trono de rapper n.º 1 do mundo, como se fosse possível fazer um ranking.

As notícias foram-se sucedendo e revelaram dois estados de espírito bastante diferentes. Por um lado, 50 Cent empenhado em conseguir um objectivo que tão bem lhe ficaria no currículo. Por outro, Kanye West, aparentemente, indiferente à pressão, capaz até de dizer que o seu grande rival era Justin Timberlake pelo acolhimento junto da comunidade negra. 50 Cent, ou Fiddy, não perdeu tempo, e logo tratou de avisar que Kanye não tinha o seu historial ao nível das vendas. Com a polémica ao rubro, um primeiro debate público foi marcado para uma televisão americana, mas foi a cerimónia dos MTV Video Music Awards que juntou os dois rappers em palco, como se nada se passasse, para entregar uma das estatuetas. Todavia, Kanye tratou de avisar à entrada da famosa passadeira vermelha que tudo não passava de uma manobra da indústria para criar uma enorme expectativa do público à volta do dia 11 de Setembro.

E o resultado foi uma vitória bastante clara de Kanye West com 957 mil cópias vendidas de Graduation contra apenas 631 mil de 50 Cent. Para além deste triunfo, Kanye conseguiu ainda ser o artista com o álbum mais vendido na primeira semana nas lojas, em dois anos, apenas superado por 50 Cent, em 2005, com Massacre. Para os patrões de Kanye West, Antonio "L.A." Reid e Jay-Z, foi o génio que decidiu a batalha a seu favor, sendo que ambos consideraram que tudo não passou de uma manobra da indústria para promover os nomes e alimentar um negócio que já viveu dias bem melhores. Ambos foram unânimes em considerar que se tratou de um dia muito importante para o mundo da música, por se ter provado que as pessoas ainda estariam dispostas a pagar por algo que também poderiam obter de graça. Ainda por cima, com dois artistas localizados num target geralmente sem grande poder de compra.

Outras reacções foram imediatamente perceptíveis. Por exemplo, o produtor Mark Ronson, pouco ligado ao hip hop, veio a terreiro defender Kanye West de quem disse tratar-se de um artista verdadeiro ao contrário de 50 Cent, apenas interessado nos números e nas vendas. Mais interessante foi a reacção de Fiddy, que mesmo quando as projecções já deixavam antever o desfecho final, nunca perdeu a esperança de ser "o primeiro", chegando mesmo a defender-se com um argumento em que dizia que o público defende sempre o mais fraco, no início, referindo-se especificamente a Kanye West.

Quando os resultados foram anunciados, 50 Cent manteve-se firme nas suas convicções e fez questão de vincar que se sentia extremamente satisfeito por ter feito parte de um dos mais importantes acontecimentos na história recente da música. Mais curioso é que após terem sido conhecidos os números pouco favoráveis ao seu prestígio, a digressão promocional que estava marcada para a Europa foi imediatamente cancelada, sem justificações oficiais a não ser a já célebre "indisponibilidade". Um pouco por todos os mercados, 50 Cent ficou atrás de Kanye West, embora Portugal tenha sido uma das excepções com Fiddy a entrar directamente para o décimo sexto lugar da tabela de álbuns e West ainda e sempre ausente. Para a indústria americana, apesar do "balão de oxigénio" oferecido pelos dois rappers, a queda no mercado foi de nove por cento.

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